DEPRESSÃO E ANSIEDADE AUMENTAM NO BRASIL E NO MUNDO

Setembro Amarelo lembra a necessidade de ouvir para prevenir

Tem momentos na vida que bate aquele desânimo, uma vontade de não sair da cama, de não fazer nada e deixar que tudo siga o seu rumo por conta própria. É uma vontade de que tudo se resolva por si, seja qual for o resultado.

Em outros momentos, o sentimento é de que tudo vai dar errado, de que precisamos agir, correr, fazer algo antes que o desastre aconteça. É aí que o coração dispara, as mãos começam a suar e o dia seguinte será, com toda a certeza, o seu fim.

O que você acabou de ler é o relato de uma pessoa eu sofre com depressão e ansiedade. Uma coisa exclui a outra? Nem sempre. Na verdade, na maioria dos casos uma coisa depende da outra pra existir.

Quase todo depressivo já foi um ansioso, e vice-versa. A frustração de nunca alcançar aquilo que se espera tira o ânimo de viver, e a falta de ânimo tira a ânsia pela vida. Viver nesses dois polos é o que faz com que os profissionais de saúde mental tenham cada vez mais trabalho.

Uma pesquisa recente feita pela Organização Mundial da Saúde, mostra que 322 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão. No Brasil, são mais de 11 milhões de casos. Com base em dados da Pesquisa Vigitel 2021, o maior e mais tradicional inquérito de saúde do Brasil, é possível perceber que 11,3% dos brasileiros relataram ter recebido um diagnóstico positivo entre setembro de 2021 e fevereiro de 2022 para depressão e ansiedade.

O SUS (Sistema Único de Saúde) também tem sentido o aumento dessa demanda. Em junho, o Ministério da Saúde lançou iniciativas para ampliar as ações de saúde mental dos brasileiros atendidos pelo sistema, entre elas, estão a Linha Vida, que vai atender pelo número 196, 24 horas, todos os dias, pessoas que estão sofrendo com os sintomas.

O principal objetivo é prevenir contra o suicídio, quem também tem aumentado. Segundo dados da OMS, acontecem todos os anos, mais de 16 milhões de tentativas. No Brasil, uma pessoa desiste de viver, em média, a cada 45 minutos.

SETEMBRO AMARELO
O mês de setembro é o escolhido para falar sobre o tema. O movimento Setembro Amarelo é uma campanha brasileira de prevenção ao suicídio, iniciada em 2015. O mês foi escolhido para a campanha porque, desde 2003, o dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

Para o gerente de Gente e Cultura da Cocre, Vieira Junior, que também é psicanalista, uma das principais causas para o aumento dos casos no Brasil e no mundo é o constante movimento de distanciamento entre as pessoas. “Vivemos em um mundo cada vez mais artificial, nas comidas, nos costumes, nos gestos, nas formas de amar, de se relacionar. Em um primeiro momento, algumas coisas facilitam e até mesmo proporcionam prazer, mas a longo prazo causam perda de identidade, angústia e uma falta de ligação de afeto entre coisas, pessoas e histórias. Somos seres formados de afeto e histórias, quando não temos isso, sofremos. A ansiedade e a depressão são frutos de uma vida artificial”

Confira o bate-papo sobre o tema entre Mônica Sousa, analista de Gente e Cultura, e Vieira Junior.

AÇÕES NA COCRE
Na Cocre, o setembro amarelo será lembrado. Dia 12/09, a psicóloga e especialista no tema, Marcela Domingues, falará no Bom Dia Cocre.

“Outro ponto importante é que nós temos toda a estrutura para apoiar o nosso colaborador. O Moodar é uma ferramenta importante, também temos as profissionais do SERH e um psicanalista e uma psicóloga no time Gente e Cultura. Nossos ouvidos estão sempre atentos para ouvir”, diz Monica.

“Também estamos lançando hoje uma série de podcasts onde vamos falar sobre o tema, tudo para aproximar as pessoas e trazer um pouco de alento para quem tem passado por isso. Falar é sempre a melhor prevenção”, diz a analista.

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