Nivaldo Camillo – Diretor Executivo da Cocre
Com o cenário de retomada da economia no país, muitas pessoas e empresas estão buscando caminhos para quitar suas dívidas e ainda fazer investimentos visando planos futuros. Nesse contexto as linhas de crédito vão sendo cada vez mais requisitadas e a busca por melhores opções é constante no mercado.
E ao contrário do que muita gente imagina, as fintechs e mesmo os grandes bancos, que apesar da segurança e tradicionalidade, não são os mais procurados quando o assunto é crédito: quem sai na frente são as cooperativas, que hoje representam 10,74% dos financiamentos e empréstimos no país, segundo dados do Banco Central e do FGCoop (Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito).
E esse movimento é tão crescente, que essas instituições devem aumentar muito em 2022. Inclusive, os dados mesmos provam isso: uma pesquisa feita também pelo FGCoop, mostra que esse ano, as cooperativas devem abrir cerca de 1,3 mil agências de assistência em todo o país, até dezembro. Com isso, essa modalidade de serviço financeiro deve se consolidar como a maior rede de atendimento do Sistema Financeiro Nacional.
E como eu e meus outros colegas que também assinam a essa coluna já estamos dizendo há um tempo, o cooperativismo é um modelo de instituição financeira que, apesar de antigo, é tendência daqui para frente. Hoje no Brasil temos mais de 833 cooperativas singulares, além de 34 centrais e 4 confederações, entre elas, a Sicoob, da qual a Cocre faz parte.
Os diferenciais e benefícios das cooperativas de crédito são imensos e vão desde tornar-se um associado (e não apenas cliente) e poder ajudar nas tomadas de decisão da empresa, como o recebimento das sobras no final de cada atividade e no caso do crédito, taxas menores e vantagens que só os cooperados têm.
Como esse modelo de negócio vem ganhando força e tomando o mercado de crédito cada vez mais, as cooperativas buscam se modernizar e utilizar das ferramentas que a tecnologia oferece. Se antes uma das grandes vantagens do cooperativismo era o atendimento presencial, “olho no olho”, hoje, apesar das tecnologias, esse contato próximo ainda faz com que essas instituições saiam na frente dos outros bancos.
É claro que as cooperativas se modernizaram e contam com as tecnologias que os bancos também usam, mas elas não desprezam o atendimento personalizado e pessoal, do qual a maioria das pessoas (sobretudo quem busca uma linha de crédito) ainda faz questão.
Por tudo isso, faço questão de reforçar aqui a necessidade do cooperativismo de crédito ganhar voz e espaço. Quanto mais disseminadas as informações a respeito dessa modalidade, mais chance de as pessoas enxergarem vantagens e também quererem fazer parte desse universo cooperativo. Afinal, o cooperativismo não é apenas um modelo de instituição financeira: é um estilo de vida!