Inovação: Unicórnio, IPOgrifo, Zebra ou Abelha?

ESCRITO POR:

Wagner Alencar Hennicka – Gerente de Inteligência de Mercado na Sicoob Cocre

Acredito que você já ouviu falar em “unicórnio”. Não aquele equino mágico com um chifre e beleza exuberante, mas sim, o termo criado pela investidora anjo dos EUA, Aileen Lee em 2013, utilizado para definir startups (empresas emergentes) de capital fechado avaliadas em mais de 1 bilhão de dólares.

Embora essa quantia represente um expressivo valor de mercado, em 2020 surgiu no Brasil uma nova nomenclatura para representar as startups que transcendem o um bilhão de dólares e tem capital aberto. O nome escolhido foi “IPOgrifos”, sendo a junção de “IPO” (usado para representar o lançamento de uma empresa na bolsa de valores) com a palavra “Hipógrifo”, assim como o unicórnio, um ser mitológico: um cavalo com cabeça e asas de águia.

Segundo levantamento do blog especializado aaa.inovacao, o Brasil contava em fevereiro de 2022, com os seguintes Unicórnios e IPOgrifos:

Embora altamente disruptivos e inovadores, Unicórnios e IPOgrifos também sentem as dores de todas as empresas: crise econômica, inflação, instabilidade política e social, escassez de mão de obra qualificada, entre outros.

Nas últimas semanas, essas variáveis parecem ter aumentado o impacto, visto o aumento de notícias que reportam significativo número de demissões em Unicórnios, bem como críticas de investidores com relação a questões de governança em IPOgrifos. Um exemplo foi a polêmica da remuneração exagerada da diretoria da Fintech Nubank.

Foi a contraponto de algumas características, cultura e comportamento agressivo de mercado dos Unicórnios, que em 2017 as americanas Mara Zepeda, Aniyia Williams, Astrid Scholz e Jennifer Brandel criaram o “Zebras United”, movimento de propriedade cooperativa que impulsionou a criação de uma cultura, capital e comunidade para a próxima economia. Essa, tem a proposta de ser mais ética, inclusiva e colaborativa.

A figura a seguir ilustra algumas diferenças entre Unicórnios e Zebras:

As fundadoras, quando questionadas do porquê escolheram a zebra com símbolo do movimento, responderam:

1º – Porque as zebras tem as cores preto e branco. Metaforicamente, são os animais que representam duas ideias ao mesmo tempo: lucro e propósito;

2º – As zebras são reais, ao contrário dos unicórnios, que são seres míticos;

3º – Na natureza, as zebras são mutualistas e cooperativas, o que significa que sobrevivem e prosperam juntas, colaborando e não competindo.

A analogia sobre a Zebra te remete a mais alguma coisa? Pois vou lhe dizer que essa analogia diz respeito também ao modelo cooperativista. Afinal, o  cooperativismo é isso: justiça financeira, propósito e colaboração.

Um dos símbolos visuais do cooperativismo desde a sua criação, no século 19 na Inglaterra, até os dias atuais no Brasil, são as colmeias e abelhas, que têm uma conduta social parecida com a das zebras, só que ao meu ver – embora eu não seja biólogo – mais elaborado.

As abelhas representam o senso colaborativo, vivem em sociedade, tem responsabilidades definidas atuando na saúde, segurança, governança, prosperidade e perenidade da colmeia.

E por fim, o doce mel é resultado de um trabalho em grupo bem-feito. Todos envolvidos na canção!

E você, responda nos comentários, com qual você se identifica mais: Unicórnio, IPOgrifo, Zebra ou Abelha?

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