Novas gerações e o sentimento de que tudo começou agora

Vieira Junior - Gerente de Gente e CulturaVieira Junior – Gerente de Gente e Cultura

 

Vivemos uma geração que estuda, lê e pesquisa muito pouco. Por consequência, também sabe muito pouco. Se para muitos a ignorância é uma bênção, há também o contraponto: quanto menos se sabe, mais se sofre com situações e aflições que já possuem explicações há décadas. A ausência de conhecimento para comparação também causa dor, angústia e sofrimento.

É nesse contexto que temos pessoas que, hoje, acham que são as primeiras a sofrer com o desemprego, com a falta de amor com o próximo, com relacionamentos líquidos (termo que a geração atual acha ter inventado) e com as traições do mundo que se diz contemporâneo. Mas a história mostra que relacionamentos líquidos, falta de compaixão e a alta taxa de brutalidade para com o próximo são coisas que sempre existiram. Se não fosse assim, não seria necessário Jesus ter pedido algo tão contemporâneo para as pessoas há mais de dois mil anos: amem o próximo.

O mundo não começou em 1990. As pessoas sempre sofreram, sempre tiveram que trabalhar muito para ter pouco enquanto outros trabalhavam pouco para ter muito. Sempre houve desigualdade, gente se sobrepondo a gente, pessoas humilhando, traindo, matando, roubando, extorquindo, manipulando… mas também sempre houve gente amando, tocando uma bela música, salvando alguém da beira do precipício, sendo um ombro amigo, chorando junto, nascendo, sendo bom pai e boa mãe… enfim, o mundo sempre foi mundo e nós não inventamos nada.

Há mais de três mil anos, o rei judeu Salomão já adiantava: nada é novo, tudo se repete.

E tudo continua se repetindo, com ferramentas novas, técnicas mais apuradas, mas exatamente tudo igual, tudo se repete, não há nada novo. Talvez o que há de novo é o número, achamos que o mundo começou em 1990, enquanto as gerações passadas achavam que ele havia começado em 1970, 1940, 1910, e assim por diante.

Nada é novo, tudo se repete. A chave é, como também dizia Salomão, buscar o conhecimento. Se a ignorância é uma bênção que não protege do sofrimento, o conhecimento é o que nos faz escolher pelo que sofrer.

 

 

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